O que eu deveria saber?
Um assunto difícil dentro da prática da Ortodontia é a necessidade de pedir extrações de dentes para obter os resultados que o paciente precisa. Não estamos falando dos casos em que o paciente já chega dizendo: “acho que tenho dentes demais na boca” mas dos casos limítrofes.
Nesses casos o paciente apresenta padrão esquelético adequado e um aceitável equilíbrio dos tecidos moles. A literatura aponta para uma variação na opção por extrações entre os 5 e 87% dos casos, dependendo dos profissionais odontólogos ouvidos.
Passamos a enumerar 7 parâmetros que são considerados para indicar extrações.
1)COOPERAÇÃO
Algumas vezes podemos tentar evitar extrações baseando o tratamento em mecânicas complexas que dependam de cooperação do paciente.
2)DISCREPÂNCIA DE MODELO
É a diferença do espaço necessário e o espaço presente no arco (DM).
A arcada inferior é prioridade devido à maior dificuldade em se obter espaço. Quando temos uma DM severa dificilmente se consegue tratar sem extrações. Pequenas DM normalmente são tratadas sem extrações.
3)DISCREPÂNCIA CEFALOMÉTRICA E PERFIL
Dentes inclinados pra frente evidenciam grande discrepância cefalométrica (DC) e expressiva convexidade facial, muitas vezes são necessárias extrações para reposicioná-los, refletindo melhoras no perfil do paciente.
4)IDADE ESQUELÉTICA (CRESCIMENTO) E RELAÇÕES ANTEROPOSTERIORES
Durante o período de crescimento é possível corrigir uma displasia esquelética com uso de aparelhos com efeitos ortopédicos.
No paciente adulto uma alternativa viável é a extração de dentes para solucionar os distúrbios oclusais, mascarando o problema esquelético, ou então optando por cirurgia ortognática.
5)ASSIMETRIA DENTÁRIA
Em pacientes que apresentem acentuado desvio da linha média dentária em relação a facial, torna-se necessária a realização de exodontias dentárias. Pequenas assimetrias podem ser corrigidas com elásticos intermaxilares ou mini-implantes, extrações assimétricas, desgastes interproximais.
6)PADRÃO FACIAL
Pacientes com diferentes padrões faciais requerem mecânicas diferenciadas e as respostas ao tratamento ortodôntico não são semelhantes.
De maneira geral quanto mais forte e musculosa for a face do paciente menos se indicam extrações.
7)PATOLOGIAS
Ausências de dentes, anomalias de forma ou processos cariosos e lesões endodônticas que indiquem a extração do dente podem alterar em determinadas situações a escolha do elemento a ser extraído.
Portanto a decisão quanto à necessidade de extrações de dentes durante a terapêutica ortodôntica não está apenas na dependência da falta ou presença de espaços nas arcadas. Outros aspectos devem ser avaliados para se conseguir correção adequada da má oclusão, manutenção ou melhora da estética facial e estabilidade dos resultados obtidos.
